quarta-feira, 27 de maio de 2015

Igrejas Cristãs Orientais: Igreja Ortodoxa

O termo "ortodoxa” que, em grego, significa doutrina reta, vem sendo utilizado para designar as igrejas cristãs do Oriente que se separaram da Igreja Católica Apostólica Romana em 1054, e preservam até nossos dias os ritos originais dos padres apostólicos e o Credo Niceno. A Igreja originalmente tinha 5 sedes, ou Patriarcados, em Antioquia, Constantinopla, Alexandria, Jerusalém e Roma, sendo que todos tinham direitos iguais e eram independentes administrativamente. O Patriarcado de Roma recebeu o titulo de “Primus inter pares”, por estar situado na capital do Império, assumindo a primazia sobre os outros Patriarcados; ainda assim, a maior autoridade da Igreja Cristã era o Concílio Ecumênico, que ainda hoje gere as Igrejas Ortodoxas, mas teve sua autoridade negada pela Igreja Católica romana em 1054. Os ortodoxos, por sua vez, não reconhecem a primazia nem a infalibilidade do Papa

Uma parte das Igrejas Ortodoxas, que voltou a se unir à Igreja Católica Romana constitui hoje as Igrejas Católicas de Rito Oriental.

A Igreja Ortodoxa chegou ao Brasil trazida por imigrantes Árabes, sendo que a primeira Igreja foi construída em São Paulo, em 1904. A grande Catedral Ortodoxa de São Paulo foi inaugurada em 1954, durante as comemorações do IV centenário da cidade.

Ritos das igrejas orientais 

Os ritos da Igreja Ortodoxa são sempre solenes e constituem o centro da expressão de sua fé. Não são usados instrumentos musicais, apenas o canto coral; na ornamentação são proibidas imagens esculpidas, mas veneram-se os ícones que representam os santos, Jesus e Maria. Como as diferentes igrejas e patriarcados têm autonomia, desenvolveram-se diferentes liturgias, que correspondem mais a diferenças lingüísticas e a tradições locais do que a um conteúdo doutrinário diferente. Os cinco ritos principais são o bizantino (adotado pela maioria dos ortodoxos), o alexandrino, o antioquino, o armênio e o caldeu. O monasticismo é a raiz da vitalidade da fé ortodoxa, sendo que o principal mosteiro se encontra no Monte Athos, na Grécia.

Doutrina

As principais diferenças entre a Igreja Ortodoxa e a Igreja Católica residem na concepção da Igreja em si, visto que a Igreja Ortodoxa reconhece que todos os Bispos são iguais, continuadores do trabalho dos apóstolos, e a totalidade da Igreja está em cada comunidade onde se celebre a Eucaristia

Desta forma, não há diferença entre Bispo, Arcebispo, Metropolita e Patriarca; apenas os mais velhos e sábios assumem cargos onde possam prestar melhores serviços aos outros, sem conotação de castas. 

Suas doutrinas apóiam-se nos livros do Novo Testamento, nos decretos dos sete primeiros concílios ecumênicos e nas obras patrísticas.

Diversamente da doutrina católica, o Espírito Santo procede do Pai, mas não do Filho. Negam a doutrina da transubstanciação, do purgatório e o dogma da Imaculada Conceição de Maria, mas aceitam a assunção da Virgem Maria, com base na afirmação formal dos livros litúrgicos. Outra distinção significativa é que, na Igreja Ortodoxa, só os bispos devem manter-se celibatários; os padres podem se casar, desde que o casamento ocorra antes da ordenação.

Outras diferenças

O Sacramento da Santa Unção pode ser administrado aos fiéis em caso de enfermidades, e não só no momento de risco de vida, como praticado pela Igreja Romana. 

Em casos excepcionais, ou por graves razões, a Igreja Ortodoxa acolhe a solução do divórcio.

Na Igreja Ortodoxa, só se permitem ícones nos templos. 

O batismo é por imersão 

A data da Páscoa (Ressurreição) não coincide com a da Igreja Católica, e representa a maior festa da Igreja Ortodoxa. 

Na comunhão, os fiéis recebem pão e vinho, enquanto que, na Igreja Romana recebem só o pão. 

Na Igreja Ortodoxa, não existem as devoções ao Sagrado Coração de Jesus, Corpus Christi, Via Crucis, Rosário, Cristo-Rei, Imaculado Coração de Maria e outras comemorações análogas. 

O processo da canonização de um santo é diferente na Igreja Ortodoxa; nele, a maior parte do povo atua no reconhecimento de seu estado de santidade.

Fonte: http://www.brazilsite.com.br/religiao/outras/ortod.htm

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