Há um hino do Padre Zezinho que
diz: “O povo te chama de Nossa Senhora por causa de
Nosso Senhor. O povo te chama de Mãe e Rainha por que Jesus Cristo é o Rei do
céu. E por não te ver como desejaria, te vê com os olhos da fé. Por isso ele
coroa a tua imagem Maria. Por seres a mãe de Jesus de Nazaré. Como é bonita uma
religião que se lembra da mãe de Jesus! Mais bonito é saber quem tu és. Não és
deusa, não és mais que Deus mas depois de Jesus, o Senhor, neste mundo ninguém
foi maior. Aquele que lê a palavra Divina por causa de Nosso Senhor, já sabe
que o livro de Deus nos ensina que só Jesus Cristo é o intercessor. Porém se
podemos orar pelos outros, a Mãe de Jesus pode mais! Por isto te pedimos em
prece, oh! Maria. Que leves o povo a Jesus, porquê de levar a Jesus entendes
mais...”.
De fato, não podemos negar a devida honra da Santa e Bendita Maria, mãe do Nosso Senhor Jesus Cristo. Não foi qualquer uma que foi escolhida para ser a mãe do
Salvador. Porém, se por um lado não podemos ficar aquém da honra que a Bíblia lhe presta; por outro, não podemos devotar a Maria uma honra além daquela que a
própria Bíblia lhe dá. Inclusive, uma honra acima da que o próprio Jesus e os
apóstolos lhe deram.
Francamente, em nenhuma passagem
da bíblia vemos Maria como o centro da fé cristã ou do ensino apostólico. Maria foi uma
importante figurante no trama da salvação, mas, o protagonista da história
bíblica sempre foi Jesus (de Gênesis ao Apocalipse). De forma, que não podemos concordar com o catolicismo
quanto a qualquer um de seus dogmas marianos como a sua imaculada conceição,
assunção, mediação, etc. E isto fazemos sem nenhum medo de ofender ao próprio
Deus. Pois, se Maria devesse ser tão reverenciada (ou adorada) pelos cristãos, os
próprios apóstolos que com ela viveram o teriam feito e exigido. Aliás, se a
própria Maria soubesse o que os católicos dizem a seu respeito com certeza
discordaria.
O único capítulo na bíblia onde
Maria mais se destaca é em Lucas 1. Ao lermos com atenção este texto sagrado,
veremos expressões no tocante a ela como “salve agraciada, bendita entre as
mulheres, bem-aventurada, serva, etc”. Mas, não veremos nada de “rainha do céu, medianeira, portal do céu, arca
da aliança, etc”. De modo que, tais expressões são antibíblicas, pura
invencionice e superstição humana (por mais intencionadas que sejam).
O padre Zezinho diz: “Como é bonita uma religião que se lembra da mãe de Jesus!”.
Pergunto: nós evangélicos não nos lembramos dela por acaso? Lembrar significa
necessariamente divinizar? Nós não rebaixamos Maria daquilo que a Bíblia diz
que ela é e desejamos um dia conhecer pessoalmente aquela que foi instrumento
de Deus para trazer seu bendito Filho ao mundo. Sem dúvida, temos muito o que aprender com ela. Entretanto, não a exaltamos além
da revelação divina. A bíblia é a revelação do Espírito Santo aos santos
apóstolos (Jo 16:13). Todavia, a nenhum deles o Espírito ensinou estes dogmas
católicos a respeito de Maria. Portanto, nos lembramos sim de Maria à luz do
ensino do próprio Espírito de Deus. E por falar nisso, é antibiblica também a
expressão do padre: “depois de Jesus, o Senhor, neste
mundo ninguém foi maior”. Foi sim! O próprio Jesus declarou que “dentre
os nascido de mulher ninguém foi maior que João Batista (Mt 11:11)”. Logo,
nossa fé em Maria é fundamentalmente bíblica.
Quanto a orar pelos outros, de
fato, todos nós podemos fazê-lo. Entretanto, enquanto ainda estamos vivos.
Maria não faz mais parte de nossa dimensão. Deixemo-la descansar em paz! Não perturbemos
a mãe do Senhor. Você gostaria que alguém perturbasse sua mãe enquanto ela
descansa? Maria teve sua dura peregrinação aqui na terra servindo muito bem a
Deus. Agora, ela aguarda junto com todos os genuínos cristãos que morreram, pela
ressurreição (1 Ts 4:15).
Como é bonita uma
religião digo eu, que não incomoda e nem desfigura a mãe de Jesus. Mas bonito é saber
quem ela foi e seguir seu exemplo, servindo Seu filho Jesus Cristo. Que por
sinal, foi gerado milagrosamente no seu ventre ainda virgem pelo poder do Espírito
Santo e não por uma “relação sexual espiritual”
tornando-se seu esposo. Uma heresia absurda! Maria não foi esposa do
Espírito, a bíblia deixa claro que ela foi esposa e mulher do santo José (Mt
1:25). Ela foi apenas "barriga de aluguel" (nada mais), e após o parto deixou
naturalmente de ser virgem e viveu com seu marido naturalmente como uma devota
judia. Aliás, como ela poderia continuar virgem após o parto? A não ser que estejamos falando de Marias diferentes!
Pr.Samuel Santos (3ª Igreja Congregacional de João Pessoa – AIECB).
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