sábado, 6 de dezembro de 2014

Crítica Sagrada ao Hino Senhora e Rainha do Padre Zezinho


Este artigo visa esclarecer alguns equívocos que os católicos cometem com relação a nós evangélicos no que diz respeito à Maria, mãe de Nosso Senhor Jesus.
Há um hino do Padre Zezinho que diz: “O povo te chama de Nossa Senhora por causa de Nosso Senhor. O povo te chama de Mãe e Rainha por que Jesus Cristo é o Rei do céu. E por não te ver como desejaria, te vê com os olhos da fé. Por isso ele coroa a tua imagem Maria. Por seres a mãe de Jesus de Nazaré. Como é bonita uma religião que se lembra da mãe de Jesus! Mais bonito é saber quem tu és. Não és deusa, não és mais que Deus mas depois de Jesus, o Senhor, neste mundo ninguém foi maior. Aquele que lê a palavra Divina por causa de Nosso Senhor, já sabe que o livro de Deus nos ensina que só Jesus Cristo é o intercessor. Porém se podemos orar pelos outros, a Mãe de Jesus pode mais! Por isto te pedimos em prece, oh! Maria. Que leves o povo a Jesus, porquê de levar a Jesus entendes mais...”.
De fato, não podemos negar a devida honra da Santa e Bendita Maria, mãe do Nosso Senhor Jesus Cristo. Não foi qualquer uma que foi escolhida para ser a mãe do Salvador. Porém, se por um lado não podemos ficar aquém da honra que a Bíblia lhe presta; por outro, não podemos devotar a Maria uma honra além daquela que a própria Bíblia lhe dá. Inclusive, uma honra acima da que o próprio Jesus e os apóstolos lhe deram.
Francamente, em nenhuma passagem da bíblia vemos Maria como o centro da fé cristã ou do ensino apostólico. Maria foi uma importante figurante no trama da salvação, mas, o protagonista da história bíblica sempre foi Jesus (de Gênesis ao Apocalipse). De forma, que não podemos concordar com o catolicismo quanto a qualquer um de seus dogmas marianos como a sua imaculada conceição, assunção, mediação, etc. E isto fazemos sem nenhum medo de ofender ao próprio Deus. Pois, se Maria devesse ser tão reverenciada (ou adorada) pelos cristãos, os próprios apóstolos que com ela viveram o teriam feito e exigido. Aliás, se a própria Maria soubesse o que os católicos dizem a seu respeito com certeza discordaria.
O único capítulo na bíblia onde Maria mais se destaca é em Lucas 1. Ao lermos com atenção este texto sagrado, veremos expressões no tocante a ela como “salve agraciada, bendita entre as mulheres, bem-aventurada, serva, etc”. Mas, não veremos nada de “rainha do céu, medianeira, portal do céu, arca da aliança, etc”. De modo que, tais expressões são antibíblicas, pura invencionice e superstição humana (por mais intencionadas que sejam).
O padre Zezinho diz: “Como é bonita uma religião que se lembra da mãe de Jesus!”. Pergunto: nós evangélicos não nos lembramos dela por acaso? Lembrar significa necessariamente divinizar? Nós não rebaixamos Maria daquilo que a Bíblia diz que ela é e desejamos um dia conhecer pessoalmente aquela que foi instrumento de Deus para trazer seu bendito Filho ao mundo. Sem dúvida, temos muito o que aprender com ela. Entretanto, não a exaltamos além da revelação divina. A bíblia é a revelação do Espírito Santo aos santos apóstolos (Jo 16:13). Todavia, a nenhum deles o Espírito ensinou estes dogmas católicos a respeito de Maria. Portanto, nos lembramos sim de Maria à luz do ensino do próprio Espírito de Deus. E por falar nisso, é antibiblica também a expressão do padre: “depois de Jesus, o Senhor, neste mundo ninguém foi maior”. Foi sim! O próprio Jesus declarou que “dentre os nascido de mulher ninguém foi maior que João Batista (Mt 11:11)”. Logo, nossa fé em Maria é fundamentalmente bíblica.
Quanto a orar pelos outros, de fato, todos nós podemos fazê-lo. Entretanto, enquanto ainda estamos vivos. Maria não faz mais parte de nossa dimensão. Deixemo-la descansar em paz! Não perturbemos a mãe do Senhor. Você gostaria que alguém perturbasse sua mãe enquanto ela descansa? Maria teve sua dura peregrinação aqui na terra servindo muito bem a Deus. Agora, ela aguarda junto com todos os genuínos cristãos que morreram, pela ressurreição (1 Ts 4:15).
Como é bonita uma religião digo eu, que não incomoda e nem desfigura a mãe de Jesus. Mas bonito é saber quem ela foi e seguir seu exemplo, servindo Seu filho Jesus Cristo. Que por sinal, foi gerado milagrosamente no seu ventre ainda virgem pelo poder do Espírito Santo e não por uma “relação sexual espiritual” tornando-se seu esposo. Uma heresia absurda! Maria não foi esposa do Espírito, a bíblia deixa claro que ela foi esposa e mulher do santo José (Mt 1:25). Ela foi apenas "barriga de aluguel" (nada mais), e após o parto deixou naturalmente de ser virgem e viveu com seu marido naturalmente como uma devota judia. Aliás, como ela poderia continuar virgem após o parto? A não ser que estejamos falando de Marias diferentes!

Pr.Samuel Santos (3ª Igreja Congregacional de João Pessoa – AIECB).

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