terça-feira, 2 de junho de 2015

Judaísmo Messiânico: Um Grande Sinal do Fim dos Tempos

Judaísmo Messiânico é uma autodenominada ramificação religiosa judaica, que acredita na figura de Yeshua (Nome original para Jesus) como sendo o Messias esperado pela tradição profética judaica.

Origens do messianismo judaico

No Tanakh (Antiga Aliança) que ficou conhecido como "Antigo Testamento, a palavra Messias (do hebraico Mashiach) referia-se ao ungido por Deus, o rei ou governante de Israel.

Nos tempos após o exílio, o termo passou a ser usado como ha-Mashiaḥ, ou o sacerdote ungido, se referindo ao Sumo Sacerdote de Israel.

O retorno do Cativeiro, aliado a eventos históricos serviu para o aumento de um nacionalismo judaico, despertando uma esperança judaica pela reconstrução de sua nação e pelo governo de um rei levantado por Deus, que submeteria todos os povos à legislação da Torá. Esta esperança messiânica aumentou ainda mais com o Domínio Romano sobre a Judeia no 1º século. As diversas ramificações judaicas, pacíficas ou revolucionárias (como os zelotes), pretendiam obter sua independência do domínio romano, e inspirados pelo ideal da independência, acabaram por desenvolver ainda mais a crença no Messias libertador.

De acordo com a tradição cristã geralmente aceita, Jesus de Nazaré seria o Messias esperado pela tradição profética judaica (Mateus 2:1-6, Lucas 2:1-32, os dois trechos baseando-se, entre outros, no texto de Miqueias 5:2). Teria sido crucificado, ressuscitou e foi elevado aos céus (Mateus 28: 7:, Atos 2:22-34, Atos 4:10, Atos 5:30). Inicialmente, seus seguidores foram de fato judeus que não abandonaram suas tradições religiosas judaicas, mas as praticavam acrescentando-lhes a crença em Jesus como Messias (Atos 20:7-8; Atos 21:20). Estes eram chamados de nazarenos devido à cidade de origem de Jesus, ou de "cristãos", pelo público gentio.

Judaísmo Messiânico Moderno O Judaísmo Messiânico moderno ou Movimento Messiânico é um movimento recente iniciado no século 19. Estes grupos messiânicos são apoiados por várias igrejas evangélicas que atualmente tem promovido uma aceitação das tradições judaicas como o uso de músicas e orações em hebraico, adoção de festas religiosas judaicas, itens como kipá e tefilin, além de uso de nomenclatura e termos de origem judaica (como Rabino) mas negando muitas vezes outras tradições essenciais do judaísmo como a brit milá e outros mandamentos sob a visão de que estes mandamentos teriam sido abolidos por Jesus.

O governo de Israel não reconhece os assim autodenominados "judeus messiânicos" como judeus para efeitos de aliá (imigração de judeus a Israel), uma vez que a Lei do Retorno considera aptos à Aliá filhos ou netos de judeus que não sigam crenças e costumes estranhos ao judaísmo, como é o caso do cristianismo. Por este motivo, apesar de certos grupos messiânicos clamarem que Israel teria aceitado os messiânicos como judeus para efeitos de aliá, o Ministério do Interior de Israel os considera cristãos e desconsiderados como candidatos à Lei do Retorno.

Teologia A teologia judaico-messiânica estuda a divindade e as Escrituras segundo uma perspectiva judaico-messiânica. Os judeus messiânicos comumente reconhecem o Tanakh (Antiga Aliança) que ficou conhecido como "Antigo Testamento" como sendo divinamente inspirado. O teólogo David Stern, em seu "Comentário do Novo Testamento Judaico", argumenta que Shaul (conhecido como Paulo) é completamente coerente com o Judaísmo Messiânico, e que a [[Brit Chadashah)] (Nova Aliança) que ficou conhecido como "Novo Testamento" deve ser tomado pelos judeus messiânicos como sendo também a inspirada "Palavra de D'us". Entretanto, esta é apenas a principal visão dentro do movimento, pois, como em todas as religiões, há diversas correntes de pensamento.

Desta forma, no entanto, o cânon judaico-messiânico difere do cânon judaico tradicional essencialmente pela inclusão dos livros do Novo Testamento (ou conhecido como Brit Chadashá). Stern produziu recentemente uma versão Judaico-messiânica da Bíblia, chamada A Bíblia Judaica Completa.

Talmude e comentários bíblicos Algumas comunidades judaico-messiânicas consideram os comentários rabínicos, como a Mishná, no Talmude como historicamente informativos e úteis no entendimento da tradição, embora não os considerem normativos, especialmente nas questões nas quais o Talmude diverge das escrituras messiânicas.

Alguns outros grupos messiânicos, no entanto, consideram "perigosos" os comentários rabínicos do Talmude. Estes grupos defendem a ideia de que os que seguem as explicações e os comentários rabínicos e halaquicos não são crentes em Yeshua como Messias. Além disso, negam a autoridade dos Fariseus, crendo que estes foram substituídos e contraditos pelo messianismo.

Há um número grande de comentários messiânicos sobre diversos livros da Bíblia, tanto do Tanakh quanto da Brit Chadashah. David Stern publicou em volume único seu Comentário Judaico do Novo Testamento, mas ele limita-se a apenas fornecer notas explanatórias de um ponto de vista judaico, deixando de lado muitas das questões sobre a composição, história, data e contexto dos livros do Novo Testamento. Outros comentaristas notáveis do Novo Testamento são Joseph Shulam, que escreveu comentários de Atos, Romanos e Gálatas, e Tim Hegg, que escreveu sobre Romanos, Gálatas e Hebreus, e atualmente está estudando o evangelho de Mateus.

Doutrinas principais

1. D'us - Os judeus messiânicos creem no D'us do Tanakh, Adonai, e que ele é todo-poderoso, onipresente, eterno, existente à parte da criação, e infinitamente importante e benevolente. Os judeus messiânicos creem no Shemá, que significa "ouve", oração fundamental do Judaísmo, do texto de Deuteronômio 6:4 - "Ouve, ó Israel, o Eterno nosso Deus é Único Deus -, texto que mostra a unidade do D'us de Israel, sendo ele único e infinito, e unicamente soberano. Quanto ao entendimento desta unicidade, porém, os grupos messiânicos divergem. Alguns refutam a ideia de uma "Trindade", entendendo o Shemá como a declaração literal de que Deus é um, apenas, além de considerar textos do próprio Novo Testamento que eventualmente desmentem o conceito de uma entidade triúnica - portanto, relegam a Trindade a algo quase que idolátrico. Outros, porém, são abertos aos conceitos trinitarianos.

2. Yeshua como o Messias - (Yeshua) é, para os judeus messiânicos, o Messias judeu. O principal movimento messiânico crê em Yeshua como sendo "a Torá (palavra) feita carne" (referência a Yochanan/João 1:14). Quanto à divindade de Yeshua no entanto, os grupos divergem.:
Os Trinitarianos acreditam que Yeshua seja D'us e a Segunda Pessoa da Trindade
Os Dualistas acreditam que ele é D'us encarnado.
Os Unicistas acreditam que ele é uma manifestação de D'us.
Os Unitários acreditam que ele é o filho de D'us, mas não tendo divindade e sim munido de toda autoridade - mas não nunca o próprio D'us.

3. A Torá escrita - Os judeus messiânicos, com algumas poucas exceções, tomam a Torá escrita (o Pentateuco) como sendo completamente válida (ao contrário da visão cristã), e portanto creem nela como uma aliança sagrada, perpétua e insubstituível, que deve ser observada tanto moral e ritualmente por aquelas que professam fidelidade a Deus. Eles acreditam que Jesus não somente ensinou como reafirmou a Torá (como no trecho do evangelho de Mateus 5:17-20), e não que ele a revogou.

4. Israel - Creem que as tribos de Israel foram, são, e continuarão a ser o povo escolhido do Deus de Jacó. Todos os messiânicos, judeus ou não, rejeitam a chamada "teologia da substituição", a visão de que a Igreja cristã substituiu Israel na mente e nos planos de Deus.

5. A Bíblia - O Tanakh e a Brit Chadashah são geralmente considerados pelos messiânicos como as escrituras inspiradas por D'us.

6. Escatologia bíblica - A maioria dos judeus messiânicos detêm as crenças escatológicas do "fim dos tempos", da segunda vinda de Yeshua, como Mashiach ben David, o descendente do rei Davi que restituirá Israel, da reconstrução do Templo de Jerusalém, da ressurreição dos mortos para o Juízo e do Shabat milenar, o período do reinado do Messias.

7. A Torá Oral - As opiniões dos judeus messiânicos a respeito da Torá oral, codificada no Talmude, são diversas e muitas vezes conflitantes inclusive entre as congregações. Algumas delas acreditam que aderir à "Lei oral", como abrangida no Talmude, é contrário aos ensinamentos messiânicos e, portanto, completamente perigoso. Outras congregações, porém, são seletivas nas aplicações das leis talmúdicas. Outras, ainda, encorajam a uma séria observância da halachá. Contudo, virtualmente todas as congregações e sinagogas judaico-messiânicas veem as tradições orais como sendo subservientes à Torá escrita, notando que Yeshua observou algumas tradições orais (como a observância de Chanucá), e se opôs a outras.

Conclusão: Nas últimas décadas, o judaísmo messiânico, movimento de judeus que aceitaram Yeshua (Jesus) como Messias, vem crescendo de forma constante, especialmente nos Estados Unidos. A maioria deles continua mantendo as tradições do judaísmo, desagradando os judeus praticantes e muitas vezes alguns segmentos cristãos.
O trabalho evangelístico em Israel está sendo realizado através de congregações messiânicas locais. Existe lá mais de 150 congregações e calcula-se que há mais de 800 em todo o mundo, inclusive no Brasil. A maioria dos pastores dessas igrejas messiânicas em Israel contam das dificuldades que passam, mas acreditam que está acontecendo uma transformação nos dias de hoje. Aumentou o reconhecimento e aceitação dos messiânicos. Relatam ainda que tantos conflitos políticos e religiosos na região geram uma busca por respostas, que abrem portas para que a boa nova seja espalhada.

O judaísmo messiânico é a corrente judaica que mais cresce desde 1967. Calcula-se que existam mais de um milhão de judeus messiânicos atualmente. De acordo com Romanos 11, este é um grande sinal do Retorno do Messias.

Pr.Samuel Santos (3ª Igreja Evangélica Congregacional de João Pessoa - AIECB)

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